Que avaliação para a formação?Contributos para uma modelização.


Que avaliação para a formação? 
contributos para uma modelização.
Recordando a aula de 07 dezembro 2018.

O que será ideal, seguir um modelo definido ou buscar na modelização os caminhos para a avaliação?
Diante desse questionamento não se pode afirmar que se deva seguir um modelo específico pois existem circunstâncias que interferem ou modificam o andamento dos processos, assim como, ocasionar o insucesso do procedimento em virtude de possíveis falhas na composição, no recolhimento dos dados a serem analisados, etc. Avaliar significa encontrar os pontos desfavoráveis com vistas a incrementar políticas que objetivam alcançar os desempenhos satisfatórios, seja: na escola, na práxis docente ou na aprendizagem dos alunos. 
Modelo é uma entidade natural ou artificial, relacionada de alguma forma à entidade sob estudo ou a alguns de seus aspectos. Esse modelo é capaz de substituir o objeto (entidade) em estudo (isto é, de servir como uma “quasi-entidade” relativamente independente), e de produzir (sobre essa investigação) certos conhecimentos mediados concernentes à entidade sob estudo (Batista, 2004, como citado em Batista, Salvi & Lucas, 2011. s.p.).
Reis (2005) explica que as vantagens da modelização na construção e avaliação de um instrumento avaliativo incrementa a participação educativa da escola. Numa visão mais ampla, o autor salienta que a identificação dos referenciais e a definição de critérios frequentemente parte dos próprios participantes da investigação. Deste modo, esses integrantes são envolvidos na construção, definição e implementação do processo avaliativo.
Investigar práticas que abracem as diferenças e se ajustem às particularidades dos alunos, apropriando-se da avaliação como função formativa e formadora, indicarão transformações positivas, nas salas de aulas por exemplo,  contribuem para fugir da rotina e criam novos caminhos para a aprendizagem (Alves, 2004). Nesse contexto, o dispositivo da referencialização pode ser construído seguindo objetivos que facilitam o trabalho do investigador e forneçam resultados que atendam aos propósitos do procedimento avaliativo. Como explana Alves (2004, pp. 96-97):
i) encontrar e/ou construir referentes;
ii) operar diagnósticos provisórios que se destinam a motivar o prosseguimento da procura
sistemática de informações;
iii) definir dimensões de avaliação: abrir categorias de questionamento que desemborcarão
na formulação dos critérios utilizados para a avaliação;
iv) delimitação do contexto num ambiente multiforme, criando um quadro em relação ao
qual os diagnósticos poderão ser discutidos;
v) justificar e nomear os critérios que presidirão à avaliação.”

Alves (2004) explica que o referencial em avaliação alcança sua finalidade quando é constituído por critérios. Os sujeitos, objetos da avaliação, são preparados com antecedência para que possam compreender e reconhecer a relevância do procedimento avaliativo. A autora salienta que cada critério será estabelecido por indicadores que irão permitir a construção dos dados e constituição dos resultados.
Os modelos para avaliação da formação podem se apresentar de diferentes formas e metodologias, como se verifica alguns a seguir:
·         O modelo CIPP (Context, Input, Processus, Product) de Stufflebeam (2000);
·         O modelo de “caixa aberta” de Roegiers (1997);
·         O modelo de “avaliação plural” de Hadji (1994);
·         O modelo ICP de Figari (1996, 2001).


Frequentemente o referencial é disposto em grelhas que ajudam no processo de aplicação do instrumento metodológico e facilita a recolha dos dados. A exemplo, nesta aula  foi confeccionada e discutida uma grelha de avaliação que pretendeu avaliar a autonomia dos alunos, apontado os critérios e indicadores.  Realizando uma reflexão sobre a autonomia, em meio à prática docente com ênfase no protagonismo dos alunos, ilustra-se com o seguinte vídeo:


Referências Bibliográficas
Alves, Maria Palmira (2004). Currículo e Avaliação – Uma perspectiva integrada. Porto: Porto Editora.



Batista, I. de L.; Salvi, R. F.; Lucas, L. B. Modelos científicos e suas relações com a epistemologia da ciência e a educação científica. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 8., 2011, Campinas. Anais... Campinas: ENPEC, 2011. Recuperado de http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1554-2.pdf



Reis, P. (2005). A construção e a avaliação do projecto curricular de escola/agrupamento: o contributo da referencialização. Tese de Mestrado, Universidade do Minho, Braga. Recuperado de https://core.ac.uk/download/pdf/55608690.pdf

Teixeira, Mônica (2011, julho 29). Pedagogia da Autonomia (Paulo Feire)-1. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=EbnjKDeZW40
 

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